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terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Desenvolvimento da criança (de 1 a 2 anos)


Desenvolvimento Físico

• Começa a andar, sobe e desce escadas, trepa os móveis, etc. – o equilíbrio é inicialmente bastante instável, uma vez que os músculos das pernas não estão ainda bem fortalecidos. Contudo, a partir dos 16 meses, o bebé já é capaz de caminhar e de se manter de pé em segurança, com movimentos muito mais controlados;

• Melhoria da motricidade fina devido à prática – capacidade de segurar um objecto, manipulá-lo, passá-lo de uma mão para a outra e largá-lo deliberadamente. Por volta dos 20 meses, será capaz de transportar objectos na mão enquanto caminha;


Desenvolvimento Intelectual

• Maior desenvolvimento da memória, através da repetição das actividades – permite-lhe antecipar os acontecimentos e retomar uma actividade momentaneamente interrompida, à qual dedica um maior tempo de concentração. Da mesma forma, através da sua rotina diária, o bebé desenvolve um entendimento das sequências de acontecimentos que constituem os seus dias e dos seus pais;

• Exibe maior curiosidade: gosta de explorar o que o rodeia;

• Compreende ordens simples, inicialmente acompanhadas de gestos e, a partir dos 15 meses, sem necessidade de recorrer aos gestos;

• Embora possa estar ainda limitada a uma palavra de cada vez, a linguagem do bebé começa a adquirir tons de voz diferentes para transmitir significados diferentes. Progressivamente, irá sendo capaz de combinar palavras soltas em frases de 2 palavras;

• É capaz de acompanhar pedidos simples, como por ex. "Dá-me a caneca";

• As experiências físicas que vai fazendo ajudam a desenvolver as capacidades cognitivas. Por exemplo, por volta dos 20 meses, sabe que um martelo de brincar serve para bater e já o deve utilizar;

• Consegue estabelecer a relação entre um carrinho de brincar e o carro da família;

• Entre os 20 e os 24 meses é também capaz de brincar ao faz-de-conta (por ex., finge que deita chá de um bule para uma chávena, põe açúcar e bebe - recorda uma sequência de acontecimentos e faz de conta que os realiza como parte de um jogo). A capacidade de fazer este tipo de jogos indica que está a começar a compreender a diferença entre o que é real e o que não é;


Desenvolvimento Social

• Aprecia a interacção com adultos que lhe sejam familiares, imitando e copiando os comportamentos que observa;

• Maior autonomia: sente satisfação por estar independente dos pais quando inserida num grupo de crianças, necessitando apenas de confirmar ocasionalmente a sua presença e disponibilidade - esta necessidade aumenta em situações novas, surgindo uma maior dependência quando é necessária uma nova adaptação;

• As suas interacções com outras crianças são ainda limitadas: as suas brincadeiras decorrem sobretudo em paralelo e não em interacção com elas;

• A partir dos 20-24 meses, e à medida que começa a ter maior consciência de si própria, física e psicologicamente, começa a alargar os seus sentimentos sobre si própria aos outros - desenvolvimento da empatia (começa a ser capaz de pensar sobre o que os outros sentem);


Desenvolvimento Emocional

• Grande reactividade ao ambiente emocional em que vive: mesmo que não o compreenda, apercebe-se dos estados emocionais de quem está próximo dele, sobretudo os pais;

• Está a aprender a confiar, pelo que necessita de saber que alguém cuida dela e vai de encontro às suas necessidades;

• Desenvolve o sentimento de posse relativamente às suas coisas, sendo difícil partilhá-las;

• Embora esteja normalmente bem disposta, exibe por vezes alterações de humor ("birras");

• É bastante sensível à aprovação/desaprovação dos adultos;


SINAIS DE ALERTA

• Adaptabilidade excessiva, ou seja, passividade, retirada;

• Medos excessivos;

• Comportamentos executados de forma obsessiva: por exemplo, abanar a cabeça, chuchar no dedo;

• Falta de interesse pelos objectos, jogos ou pelo ambiente que a rodeia;

• Comportamentos rebeldes excessivos: alterações bruscas de humor;

• Comportamentos incontroláveis, tais como morder ou bater;

• Sono: dificuldade em adormecer sozinho; insónias.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Desenvolvimento da criança (dos 6 aos 12 meses)


Desenvolvimento Físico

Desenvolvimento da motricidade: os músculos, o equilíbrio e o controlo motor estão mais desenvolvidos, sendo capaz de se sentar direito, sem apoio e de fazer as primeiras tentativas de se pôr de pé, agarrando-se a superfícies de apoio:

• A partir dos 8 meses, consegue arrastar-se ou gatinhar;

• A partir dos 9 meses poderá começar a dar os primeiros passos, apoiando-se nos móveis;

• Entre os 6 e os 8 meses, é capaz de segurar os objectos de forma mais firme e estável e de os manipular na mão; por volta dos 10 meses, é já capaz de meter pequenos pedaços de comida na boca sem ajuda, é capaz de bater com dois objectos um no outro, utilizando as duas mãos, bem como adquirir o controlo do dedo indicador (aprende a apontar);


Desenvolvimento Intelectual

A aprendizagem faz-se sobretudo através dos sentidos, principalmente através da boca;

• Desenvolvimento da noção de permanência do objecto, ou seja, a noção de que uma coisa continua a existir mesmo que não a consiga ver;

• Vocalizações:

• Os gestos acompanham as suas primeiras "conversas", exprimindo com o corpo aquilo que quer ou sente (por ex., abre e fecha as mãos quando quer uma coisa);

• Alguns dos seus sons parecem-se progressivamente com palavras, tais como "mamã" ou "papá" e ao longo dos meses seguintes o bebé vai tentar imitar os sons familiares, embora inicialmente sem significado;

• A partir dos 8 meses: desenvolvimento do palrar, acrescentando novos sons ao seu vocabulário. Os sons das suas vocalizações começam a acompanhar as modulações da conversa dos adultos - utiliza "mamã" e "papá" com significado;

• Nesta fase, o bebé gosta que os objectos sejam nomeados e começa a reconhecer palavras familiares como "papa", "mamã", "adeus", sendo progressivamente capaz de associar acções a determinadas palavras (por ex., "chau-chau" - acenar);

• A partir dos 10 meses, a noção de causa-efeito encontra-se já bem desenvolvida: o bebé sabe exactamente o que vai acontecer quando bate num determinado objecto (produz som) ou quando deixa cair um brinquedo (o pai ou a mãe apanha-o). Começa também a relacionar os objectos com o seu fim (por ex., coloca o telefone junto ao ouvido);

• Progressiva melhoria da capacidade de atenção e concentração: consegue manter-se concentrado durante períodos de tempo cada vez mais longos;

• A primeira palavra poderá surgir por volta dos 10 meses;


Desenvolvimento Social

O bebé está mais sociável, procurando activamente a interacção com quem o rodeia (através das vocalizações, dos gestos e das expressões faciais);

• Manifesta comportamentos de imitação, relativamente a pequenas acções que vê os adultos fazer (por ex., lavar a cara, escovar o cabelo, etc.);

• A partir dos 10 meses, maior interesse pela interacção com outros bebés;


Desenvolvimento Emocional

Formação de um forte laço afectivo com a figura materna (cuidadora) – Vinculação;

• Presença de ansiedade de separação, que se manifesta quando é separado da mãe, mesmo que por breves instantes – trata-se de uma ansiedade normal no desenvolvimento emocional do bebé;

• Presença de ansiedade perante estranhos: sendo igualmente uma etapa normal do desenvolvimento emocional do bebé, manifesta-se quando pessoas desconhecidas o abordam directamente;

• A partir dos 8 meses, maior consciência de si próprio;

• Nesta fase, é comum os bebés mostrarem preferência por um determinado objecto (um cobertor ou um peluche, por ex.), o qual terá um papel muito importante na vida do bebé – ajuda a adormecer, é objecto de reconforto quando está triste, etc.


SINAIS DE ALERTA

Comportamento: passividade; retirada; falta de iniciativa; défice na resposta a estímulos provenientes de pessoas, brinquedos, animais, etc.; choro fácil e frequente; aprendizagem lenta; coordenação motora pobre;

• Sono: dificuldade em adormecer sozinho; insónias.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Desenvolvimento da criança (dos 0 aos 6 meses)




Os próximos posts vão ser dedicados ao desenvolvimento da criança nas diversas fases da sua vida (entre os 0 meses e os 6 anos). Devo referir que todos os pontos foram retirados de http://www.insight.pt/desenvolvimentocriancas.htm e também de alguns trabalhos feitos na Universidade.


Desenvolvimento Físico

  • Processo de fortalecimento gradual dos músculos e do sistema nervoso: os movimentos bruscos e descontrolados iniciais vão dando lugar a um controlo progressivo da cabeça, dos membros e do tronco:
  • Por volta das 8 semanas é capaz de levantar a cabeça sozinho durante poucos segundos, deitado de barriga para baixo;
  • Controlo completo da cabeça por volta dos 4 meses: deitado de costas, levanta a cabeça durante vários segundos; deitado de barriga para baixo, começa a elevar-se com o apoio das mãos e dos braços e virando a cabeça;
  • Por volta dos 4 meses o controlo das mãos é mais fino, sendo capaz de segurar num brinquedo;
  • Entre os 4 e os 6 meses utiliza os membros para se movimentar, rolando para trás e para a frente; apresenta também maior eficácia em alcançar e agarrar o que quer ou a posicionar-se no chão para brincar;
  • Desenvolve o seu próprio ritmo de alimentação, sono e eliminação;
  • Desenvolvimento progressivo da visão:
  • Com 1 mês, é capaz de focar objectos a 90 cm de distância;
  • Progressivamente será capaz de utilizar os dois olhos para focar um objecto próximo ou afastado, bem como de seguir a deslocação dos objectos ou pessoas;
  • Entre os 4 e os 6 meses a visão e a coordenação olho-mão encontram-se próximas da do adulto;
  • Desenvolvimento da função auditiva: entre os 2 e os 4 meses, o bebé reage aos sons e às alterações do tom de voz das pessoas que o rodeiam; por volta dos 4-6 meses, possui já uma grande sensibilidade às modulações nos tons de voz que ouve;

Desenvolvimento Intelectual

  • A aprendizagem faz-se sobretudo através dos sentidos;
  • Vocaliza espontaneamente, sobretudo quando está em relação:
  • A partir dos 4 meses, começa a imitar alguns sons que ouve à sua volta;
  • Por volta do 6º mês, compreende algumas palavras familiares (o nome dele, "mamã", "papá"...), virando a cabeça quando o chamam;

Desenvolvimento Social

  • Distingue a figura cuidadora das restantes pessoas com quem se relaciona, estabelecendo com ela uma relação privilegiada;
  • Imita os movimentos, fixa os rostos e sorri (aparecimento do 1º sorriso social por volta das 6 semanas);
  • Aprecia bastante as situações sociais com outras crianças ou adultos;
  • Por volta dos 4 meses: capacidade de reconhecimento das pessoas mais próximas, o que influencia a forma como se relaciona com elas, tendo reacções diferenciadas consoante a pessoa com quem interage. É também capaz de distinguir pessoas conhecidas de estranhos, revelando preferência por rostos familiares;

Desenvolvimento Emocional

  • Manifesta a sua excitação através dos movimentos do corpo, mostrando prazer ao antecipar a alimentação ou o colo;
  • O choro é a sua principal forma de comunicação, podendo significar estados distintos (sono, fome, desconforto...);
  • Apresenta medo perante barulhos altos ou inesperados, objectos, situações ou pessoas estranhas, movimentos súbitos e sensação de dor;

SINAIS DE ALERTA

  • Problemas na alimentação: rejeição do peito ou biberão;
  • Regressões no desenvolvimento: apatia; ausência de sorriso; manifestações de desprazer, com rejeição das tentativas de o confortar.
  • Não reconhecimento das pessoas mais próximas (por ex., não haver distinção entre a mãe e um estranho);
  • Ao nível da linguagem: não imita sons.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

A Carochinha e o João Ratão


Reza a história, bem velhinha, que havia uma Carochinha, que por ser engraçadinha, teimou que haveria de casar.

Certo dia, quando estava a varrer a cozinha, encontrou uma moeda de cinco réis e correu para ir dizer à vizinha que já não tinha de esperar.

Vaidosa como era, escolheu o seu melhor vestido e foi pôr-se à janela para ver se arranjava marido.

Pensou como deveria começar e decidiu cantar:

- Quem quer casar com a Carochinha, que é formosa e bonitinha?

- Muu…, Muu…Quero eu, quero eu! – Mugiu o Boi mostrando-se muito interessado – Se casares comigo, vais andar o dia inteiro no prado…

- Que voz é essa? Com essa voz, acordavas-me a mim e aos meninos de noite! Contigo é que não quero casar! E, além disso, tenho pressa…

Como era o primeiro pretendente, não ficou desanimada e continuou a perguntar, desta vez com uma voz mais alegre e um aperto no coração.

- Quem quer casar com a Carochinha que é formosa e bonitinha?
Mal tinha acabado de dizer a última palavra, apareceu o Cão que ladrava e gania de animação.

- Ão, ão! Quero eu, quero eu! Se casares comigo, tens uma casota toda janota e comida saborosa que me dá a D. Rosa.

- Ai pobre de mim! Que alarido! – Queixou-se dando um suspiro – Com essa voz, acordavas-me a mim e aos meninos de noite! Não, não me serves para marido.

Ficou a ver o Cão a afastar-se com as orelhas baixas e o rabo entre as pernas, e voltou a tentar a sua sorte.

- Quem quer casar com a Carochinha que é formosa e bonitinha?

Muito gorducho e envergonhado, aproximou-se o Porco com um rabo que mais parecia um saca-rolhas e o focinho molhado.

- Oinc! Oinc! Quero eu, quero eu! Sou muito comilão, mas também dizem que sou bonacheirão.

- És muito simpático e pareces ser divertido. Mas com essa voz, acordavas-me a mim e aos meninos de noite! Também não me caso contigo.

Depois, encheu o peito de ar, sorriu e voltou a perguntar:

- Quem quer casar com a Carochinha que é formosa e bonitinha?

Com peito inchado, penas coloridas e luzidias, candidatou-se o Galo que resolveu cantar para impressionar.

- Cocorocó! Cocorococó! Quero eu, quero eu! Se casares comigo, vais madrugar.

- Galo garnisé, com tanto banzé acordavas-me a mim e aos meninos de noite! E, sem dormir, íamos passar o tempo a refilar.

A nossa amiga queria mesmo casar, por isso tinha de continuar.

- Quem quer casar com a Carochinha que é formosa e bonitinha?

Com um miar meigo e a cauda bem levantada, aproximou-se o Gato janota a ronronar.

- Miau, renhaunhau. Quero eu, quero eu! Se gostas de leite, peixe fresquinho e de apanhar banhos de sol nos telhados, então podemos casar. - Banhos de sol talvez… Mas leite? Peixe fresquinho? E, com essa voz, acordavas-me a mim e aos meninos de noite! Não, não é contigo que vou subir ao altar.

Seria possível? Seria assim tão difícil encontrar alguém que não fosse barulhento? Mas foi então que reparou em alguém que se aproximava a passo lento.

- Oin, in, oin. Quero eu, quero eu! – zurrou o Burro – Olha, se casares comigo, não vais dormir ao relento.

- Mas com essa voz, acordavas-me a mim e aos meninos de noite! A minha vida ia ser um verdadeiro tormento!

Como já era tarde, a Carochinha pensou que seria melhor ir tratar do jantar, mas foi então que ouviu chiar…

- Hi, hi! E a mim, não vais perguntar se quero casar?

Com um sorriso de felicidade por encontrar alguém tão simpático e com uma voz tão fininha, a Carochinha correu para o pátio.

- Como te chamas?

- Sou o João Ratão. Queres casar comigo ou não?

A Carochinha convidou-o a entrar, pois tinham muito que conversar e uma data de casamento para marcar. Enviaram os convites, compraram a roupa e prepararam a boda a rigor com o senhor prior.

Domingo era o grande dia! A noiva foi a última a entrar na igreja e estava linda, de causar inveja. O João Ratão estava orgulhoso mas também muito nervoso. Trocaram juras de amor eterno e, no fim, choveu porque era Inverno. Foi então que o João Ratão se lembrou da viagem ao Japão. Correu para casa, porque se tinha esquecido das luvas, mas sentiu um cheirinho gostoso e, acabou por ir espreitar o caldeirão.

Pouco depois, a Carochinha achou melhor ir procurar o marido que estava a demorar.

- João Ratão, encontraste as luvas? – Chamou ela ao entrar.

Procurou, procurou e quando chegou perto do caldeirão, quase desmaiou e gritou:

- Ai o meu marido, o meu rico João Ratão, cozido e assado no caldeirão!

E assim acaba a história da linda Carochinha, que ficou sem o João Ratão, pois era guloso e caiu no caldeirão.

Contos tradicionais portugueses